Produzido no Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro - ISERJ. Nosso e-mail: cidadeeducativa@googlegroups.com

29 de maio de 2012

Escola do campo, escola da cidade - Carta de Anísio Teixeira a Rubem Braga

Rio, maio 57
          Meu caro Rubem Braga:
          a sua palavra é hoje tão lida, que fiquei com pena de ver, em meio à sua crônica tão humana sobre as Crianças, lançar você uma porção de dúvidas sobre duas idéias que me são caras para a feliz orientação do problema escolar brasileiro: a escola local, regional e não "consular", "metropolitana", em rigor "colonizadora" e a escola completa, rica, variada, com tempo suficiente para se constituir vida e formação da criança...
      Se lhe sobrasse tempo para ler coisas ainda mais fastidiosas do que "Educação não é privilégio", teria podido ver que essa escola de tempo integral não é a escola do campo mas a da cidade... e, sobretudo, a da cidade moderna, onde a criança já não poderá ter nenhuma experiência integrada e harmoniosa senão na escola, todos os seus outros espaços vitais - o do apartamento, o da rua, o do clube, o do cinema - sendo parciais, fragmentários e contraditórios... No campo, seria o contrário: a escola poderia ser de tempo parcial, como pensa você, pois a grande e boa educação da criança já se faz pela sua vida simples, mas, integrada, responsável, construtiva e, sobretudo, incrivelmente digna, pelo trabalho e pelas relações humanas diretas, sérias e completas...
          Ah! meu caro Rubem, se soubesse quanto penso como você em relação à nossa criança rural! Vou tão longe que as dúvidas que me assaltam são maiores que as suas. Duvido que lhes convenha a própria escola de letras. E não nos sendo possível dar-lhes a escola de trabalho e de enriquecimento de sua própria cultura, pois essa escola exigiria professores de grande preparo e muito dinheiro, chego a achar que melhor seria não lhes dar escola nenhuma. Como isto não é possível, defendo para o campo uma escola modesta, de quatro anos de estudo, e que, ainda assim, mais preparará os alunos para poderem deixar o campo do que para ficar...
          A escola que possuímos é uma escola para o tipo de civilização urbana, só aplicável ao campo na medida em que ele se urbaniza, reurbaniza, dizem hoje, os sociólogos. Como isto, de fato, acabará por se dar, em todo país, a escola deverá organizar-se tão bem quanto possível nas cidades e ir se estendendo pelo campo na sua missão de lhes transformar também gradualmente a vida...
          Já que a escola é, assim, um instrumento de transformação, ou, pelo menos, de consolidação da transformação da civilização rural em civilização urbana, afim de que sua influência não seja exageradamente alienadora, defendo a idéia de fazê-la local e regional. De modo que o meu localismo escolar vai ao encontro de sua dúvida sobre a escola conveniente ao próprio campo. Municipal e local ela se integrará melhor nos defeitos e qualidades do meio, moderando, desse modo, a sua ação naturalmente desenraizadora. A cultura escolar primeiro desenraíza para depois - hélas! só muito depois - plantar de novo e enraizar-nos na humanidade, dessa forma ampla, completa e universal, de que você é um alto e grande exemplo. Daí o nosso cuidado de educadores em acentuar os traços locais e regionais da escola, afim de lhe corrigir a tendência, por assim dizer, congênita de segregar, separar, alienar...
          Sabe você, meu caro Rubem, quanto é difícil pensar claro em nosso país. Como o nosso progresso se fez por acaso, julgamos poder continuar a progredir por acaso. A realidade, porém, não é que progredimos por acaso mas que progredimos, até ontem, lentamente e o progresso lento toma conta se si mesmo e acaba por se harmonizar. Mas, o progresso rápido de hoje não tem tempo para esse reajustamento. Todo progresso é um tumulto e uma deslocação e se se faz muito acelerado destrói mais do que constrói e daí ser necessário um reforço substancial na quantidade de educação do indivíduo para suportá-lo e corrigi-lo.
          A escola primária da Suíça - um modesto e grande exemplo de civilização estável em meio ao tumulto do mundo moderno - impõe à criança onze mil horas de atividades intencionalmente educativas, a americana, sete mil horas, a melhor escola primária brasileira, aos que a frequentam integralmente, dá-lhes duas mil e quatrocentas horas!... Por mais gênios que sejamos nós, brasileiros, por força que há de sobrar alguma diferença entre nós e os suíços. Grande parte dessa diferença será divertida senão boa mas o restante há que ajudar a mudar...
          Seu de sempre,
          Anísio
TEIXEIRA, Anísio. Carta a Rubem Braga, [Rio de Janeiro?], maio 57.
Localização do documento: Fundação Getúlio Vargas/CPDOC - Arquivo Anísio Teixeira - ATc 57.05.00. 
Imagens
http://elfikurten.blogspot.com.br/2011/02/anisio-texeira-o-inventor-da-escola.html
http://www.poesiaspoemaseversos.com.br/rubem-braga/

28 de maio de 2012

De Duque de Caxias a Tijuca - por que tantas pessoas vivem nas ruas?

Natalia do Vale Lopes
Não me pergunte quem sou e não me diga para permanecer o mesmo.
Michel Foucault

Acordo às quatro horas e quarenta minutos, escovo os dentes, tomo um banho para despertar, me arrumo e vou para o ponto na esquina da minha rua para pegar o ônibus da linha Ana Clara/Central de cinco e meia, que me deixa na rodoviária, ao lado da Central do Brasil. No caminho, vindo de Duque de Caxias, pela rodovia Washington Luís, a saída para a avenida Brasil é sempre demorada, devido ao engarrafamento. Ao chegar ao ponto final, desço do ônibus e ando por uma rua onde tem o Restaurante Popular e me espanto por ver tanto ser humano a mendigar, sem ter teto para morar. Pego o trem parador na Central da linha Bangu, Deodoro ou Santa Cruz, desembarco na estação Praça da Bandeira, cansada subo a passarela e percebo que as pessoas ali andam depressa, talvez pelo medo serem assaltadas. Ando um pouco mais e chego ao meu destino: o Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro, localizado na rua Mariz e Barros, no bairro da Tijuca.
No Centro Cultural Oscar Niemeyer, construído em 2004,  existem duas bibliotecas públicas, uma para crianças e outra para adultos. As bibliotecas possuem 764 metros quadrados de área e 11 mil livros. Segundo a Secretaria de Cultura, cerca de 400 pessoas por dia, de todas as escolaridades, utilizam o espaço, de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, e aos sábados, das 9h às 13h
População de rua, que corresponde a 70% dos usuários do serviço, à porta do bandejão | Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia
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Porque tantas pessoas vivem nas ruas
          A vida das pessoas que moram nas ruas não é fácil. Esses indivíduos que fazem das praças, dos viadutos, dos becos suas casas, não estão ali por acaso ou simplesmente porque querem morar nas ruas. Resistindo ao calor, à chuva, ao frio, com certeza alguma situação os levou a esta triste realidade. Como julgar que tais pessoas não merecem uma oportunidade de melhorar suas vidas, ter um trabalho digno, um lar que lhe ofereça conforto?
          Os motivos pelos quais elas estão morando nas ruas são os mais diversos. Desde os problemas ocasionados pelo uso de bebidas ou drogas, falta de trabalho (sem poder pagar o aluguel mesmo de um barraco), desilusão familiar, amorosa, vício da bebida ou das drogas. Numerosos podem ser os motivos.
        As nossas cidades estão com cada vez mais pessoas que passaram a adotar as vias como moradia. Na cidade de São Paulo, por exemplo, de acordo com um levantamento realizado pela Prefeitura, existem 13.000 pessoas morando nas ruas da metrópole. São muitas pessoas que cotidianamente vivem o sofrimento e as humilhações. Cidades como o Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza e muitas outras estão repletas de pessoas perambulando e dormindo nas calçadas, praças e outros locais. As ações dessas cidades em acolher e mostrar alternativas para essas pessoas são totalmente inadequadas, ineficientes e nunca são tratadas com seriedade. Existem, inclusive, notícias de cidades que retiram os seus mendigos e os devolvem para as suas cidades de origem, ou os retiram de determinados locais e os colocam em outros isolados. Os governantes parecem ter vergonha deles, mas nada fazem para ajudá-los. Ao contrário, os impedem de ficarem onde estão.
          Até pensamos que fazemos a nossa parte como cidadãos, mas infelizmente não temos tempo para realmente ajudar esses sujeitos. Tirando algumas poucas pessoas, algumas instituições e um pouco do poder público que lhes oferecem algumas ajudas de emergência como comida, banhos e dormida em quantidade extremamente reduzida, ninguém lhes estende a mão dando-lhes uma oportunidade para começar ou recomeçar a vida.
          Em algumas cidades existem albergues oferecidos pelas prefeituras, onde as pessoas recebem comida, roupas e uma cama para dormir. Ali, são obrigados a seguir horários fixos, tomar banho, trocar de roupa e não beber. De manhã, devem acordar e voltar para a rua. "Logo cedinho já vêm os homens cutucando e mandando a gente trabalhar", reclama o baiano Eginaldo Barreto Cruz, cantor, dançarino e, atualmente, catador de papelão. Ele também alega falta de higiene em certos albergues: "Sujeira a gente ainda ignora, mas pulga não dá".[1]
          Mesmo assim, são poucos os moradores de rua que não recorreram pelo menos uma vez a um albergue, numa noite fria. Os candidatos ao pernoite têm de amargar uma demorada fila de espera do lado de fora. E, com essa frequência esparsa, a tendência é reproduzirem lá dentro alguns padrões da rua. Como têm de dormir em salões enormes, com até 60 camas, não são raros os roubos, discussões e brigas. Não há dados oficiais que contabilizem essas ocorrências, mas a maioria acaba sendo resolvida entre eles mesmos.
         Promover de fato a reintegração dos moradores de ruas à sociedade e resgatar a suas identidades há muito perdida não é tão simples assim. Muitos não conseguem voltar ao seu modo de vida anterior junto à sua família, devido ao vício ou à perda de memória. Porém, alguns não se acostumam com a vida de mendicância, e esperam a oportunidade de serem reintegrados à sociedade ou reencontrar suas famílias. O triste é quando a família não os aceita de volta.
         No Rio de Janeiro, o projeto "Ao encontro dos meninos em situação de rua", da Fundação São Martinho [2], identifica as principais demandas das crianças e jovens de rua, com o objetivo de oferecer uma alternativa de desenvolvimento e proteção especial de média e alta complexidade para o público-alvo atendido. Em 2010, o projeto proporcionou atividades e atendimento social para 317 crianças e jovens. Dessas, 53 foram encaminhadas para o abrigo e 9 reintegradas às suas famílias. O projeto funciona no Centro Socioeducativo, situado na Rua Riachuelo nº 7 – Lapa.
           A Findação São Martinho é uma instituição séria que tem comprometimento com esses jovens moradores de rua. Nesse mesmo local, funcionam o Núcleo de Informação e Formação, o Centro de Defesa Dom Luciano Mendes de Almeida e o Mundo do Trabalho – Inserção.
         È preciso que o governo, as famílias e nós, cidadãos, saiamos da nossa omissão para ter um olhar mais humano para essas pessoas e efetivamente ajudá-las. 
Programa de estágio
Informações: formacao@saomartinho.org.br
As vagas são oferecidas no primeiro semestre de cada ano e o número de vagas é de acordo com a necessidade do projeto. A seleção acontece no mês de março e os alunos que tiverem em nosso banco de currículos serão comunicados do processo.
Oportunidade de trabalho 
Envio de currículo: administracao@saomartinho.org.br
Notas
[1] No olho da rua, da série Profissão: Brasileiros, do SESC/SP, de jan/fev 2004. Para ler o artigo na íntegra, clique aqui
[2] Para saber mais, clique aqui.

24 de maio de 2012

Pedalando do Rio Comprido à Praça da Bandeira

Sonia Barreto C. da Luz
          Ao sair de minha casa, pego minha bicicleta e, do portão, me deparo com o topo do Morro do Corcovado, onde avisto o Cristo Redentor, a 709m acima do nível do mar. Desço a Rua Santa Alexandrina passando em frente ao INMETRO, ao colégio CAP/UERJ e chego à praça Condessa de Rio Comprido. Atravesso e passo pela avenida Paulo de Frontin, com uma extensão de 1.600m, aberta em 1919 durante a gestão do prefeito de mesmo nome.
         Verifico um local bem agitado que marca o início da zona norte e o final da zona central da cidade, um bairro de localização estratégica e privilegiada - Praça da Bandeira. Ali, por onde passo, acontece uma tríplice ligação entre as zonas norte, sul e central. Com dificuldade, devido ao fluxo de veículos, percorro e atravesso a rua Haddock Lobo. Pedalando, observo pessoas nervosas, estressadas, alguns poucos mendigos, o comércio agitado, crianças saindo e entrando na escola e também vejo pessoas bem alegres que já me conhecem e me cumprimentam.
          Continuo meu trajeto pela rua Barão de Ubá, passando por escolas, lanchonetes, um posto de gasolina, um supermercado e uma unidade de atendimento ambulatorial de saúde, o PAM da Rua do Matoso, sempre lotado. Passo pelo colégio e a igreja adventistas e, atravessando as ruas o mais rápido que posso, entro pelo portão 10 do Instituto de Educação do Rio de Janeiro, e estaciono a minha bicicleta.
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O bairro onde moro
      Falo agora de forma afetiva do bairro onde moro: RIO COMPRIDO. Antigamente, o rio conhecido como Comprido era denominado Iguaçu e cruzava o atual bairro do Rio Comprido e parte do bairro do Estácio, região então chamada de Catumbi Pequeno. O acesso à região, um vale entre os morros de Santa Teresa e Santos Rodrigues, se dava pelo Catumbi Grande (atual bairro do Catumbi), através de caminhos tortuosos abertos pelos colonizadores portugueses que ocuparam os arredores do Rio de Janeiro. O caminho principal, a longa estrada do Catumbi (atual rua Itapiru),  era margeado por sítios e chácaras às margens do rio Catumbi ou Papa-Couves. Por ali, chegava-se ao Catumbi Pequeno nas imediações da chamada “Cova da Onça”.
       Na época de Dom João VI, o atual bairro do Rio Comprido abrigou o Quartel General do Exército, tornando-se um bairro agradável aos ingleses que nele habitavam em propriedades cercadas de amplos quintais. A chácara mais famosa foi a do Bispo Frei Antonio do Desterro, erguida no século XVII, também conhecida como “Casa do Bispo”, que serviu de residência episcopal até 1873, quando ali se instalou o Seminário São José. O prédio, conservado até nossos dias, foi tombado pelo patrimônio histórico.
          A influência do Bispo no Rio Comprido era enorme e suas terras se estendiam até a chamada “Pedra do Bispo”. A partir do largo do Bispo, chega-se à atual praça Condessa Paulo de Frontin, caminho que se tornou a rua do Bispo, em 1844. Da praça saem também a rua do Rio Comprido (atual Aristides Lobo) e a rua da Estrela, assim chamada por sediar o solar do Barão da Estrela, o português J. Maia Monteiro.
        Em 1841, foi aberta a rua em que eu moro, Santa Alexandrina, responsável pela ligação do trecho superior do bairro com os canos de Santa Teresa, passando pela Lagoinha, no caminho do “Trilho do Sumaré”. Na Lagoinha, ficava um aqueduto de captação de águas, oriundo das nascentes do Rio Comprido, que se conectava com os “canos do Carioca”. Esse aqueduto corresponde à atual estrada. Dom Joaquim Mamede.
          A rua mais longa do Rio Comprido era a rua da Bela Vista, onde ficava a chácara do Marechal Francisco Cabral da Silva, o Barão do Itapagipe, que depois da sua morte passou a nomear à rua. Nela se destacava o casarão secular do Conde de Bonfim, demolido no século XX para dar lugar ao Hospital Alemão, que, depois de confiscado na II Guerra Mundial, deu lugar ao Hospital da Aeronáutica. A avenida Paulo de Frontin foi aberta em 1919 pelo engenheiro e prefeito de mesmo nome, que canalizou e retificou o rio Comprido.
          O bairro cresceu e outras ruas foram abertas, até que, em 1967, a abertura do Túnel Rebouças ao final da avenida Paulo de Frontin transformou o bairro na principal passagem entre as zonas Norte e Sul. Alguns anos mais tarde foi construído sobre o rio Comprido, o elevado Paulo de Frontin (atual Avenida Engenheiro Freyssinet). A obra foi marcada por uma tragédia que abalou a sociedade carioca. Em 1971, durante as obras, o elevado sofreu o desmoronamento de um trecho com 122m de extensão que caiu sobre a rua Haddock Lobo, matando 28 pessoas. Reconstruído e inaugurado em 1974, o elevado passou a permitir o acesso direto ao túnel Rebouças pela praça da Bandeira, o que retirou parte dos veículos de passagem do bairro. Em 1992, o elevado foi conectado à chamada Linha Vermelha.
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A avenida Paulo de Frontin em 3 tempos
Em 1916 (Foto: O Rio de antigamente)
No anos 1920 (Foto: O Rio de antigamente)
Atualmente, sob o viaduto (Foto: História do Rio)
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O bairro onde estudo
         Quero também falar de um bairro pelo qual tenho grande afeto. Nele, conheci o Instituto de Educação e pessoas maravilhosas que ali dão aula e estudam: PRAÇA DA BANDEIRA,  entre o centro da cidade e a Tijuca, na zona norte.
          Trata-se de um ponto central de interseção viária, com acessos para as zonas Sul, Norte, Oeste e a cidade de Niterói. Suas avenidas possuem trânsito intenso e essa situação piora nos dias de temporais. Rodeada de encostas, como as dos morros da Tijuca, a região é alvo de intensas enchentes.
          A conhecida Praça da Bandeira faz parte da circunscrição da 18ª Delegacia Policial e do 6º Batalhão de Polícia Militar. Nas suas imediações, encontra-se a famosa Vila Mimosa, ameaçada de ser demolida juntamente com as ruas ao redor, em 2013, para a realização de obras relacionadas com o trem-bala que ligará o Rio a São Paulo.
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Ciclovias
          Quero agora apontar um problema: a falta de ciclovias em vários barros do Rio, inclusive no Rio Comprido e na Praça da Bandeira, porque amo andar de bicicleta, preciso utilizá-la, muitas vezes por uma questão  de necessidade, e vejo o quanto é perigoso.
          Gostaria muito de transitar pela cidade de bicicleta de forma segura e não apenas como lazer. Entretanto só me sinto segura quando a ciclovia é separada fisicamente das vias dos carros.
       Em uma cidade de belas paisagens e clima tropical, a bicicleta surge como uma solução sustentável e muito agradável, principalmente para a locomoção em pequenos percursos. Mas a falta de estrutura da cidade ameaça a segurança dos ciclistas. E a Prefeitura, além de não construir ciclovias ou ciclofaixas devidamente equipadas para atender às necessidades do cidadão que circula de bicicleta, não oferece transporte público de qualidade.
          A cidade de Bogotá, capital da Colômbia, recebeu uma ampla reforma urbana que promoveu a integração dos vários modos de transporte e as condições para uma melhor convivência no trânsito entre motoristas, pedestres e ciclistas. Além da melhoria do transporte público, a cidade tem cerca de 340 quilômetros de ciclovias. Hoje é exemplo para o mundo todo! E aí Rio de Janeiro, vamos fazer circular esta ideia?
Mapa cicloviário em Bogotá (Foto: Voltando a Bogotá)
A autora e sua bicicleta, em uma travessia entre a rua Mariz e Barros e a Maracanã (Foto: Monica Vallim)

18 de maio de 2012

Flupp Pensa

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A Flupp Pensa é um evento ligado à Flupp, a Festa Literária das UPPs, mas é bem mais do que isso. É uma forma divertida de dar oportunidade a autores desconhecidos de terem seus textos publicados em livro.
Confira abaixo a programação:
18 de maio
Local: QG da Polícia Militar - Auditório
Convidado: Caco Barcellos
19 de maio
Local: Manguinhos - Biblioteca Parque
Convidado: Caco Barcellos
26 de maio
Local: Borel
Convidado: MV Bill
2 de junho
Local: Batan
Convidado: Ferrèz
16 de junho
Lolcal: Rocinha - Biblioteca Parque
Convidado: Danuza Leão
23 de junho
Local: Providência
Convidado: Luiz Ruffato
30 de junho
Local: Mangueira
Convidado: Eliane Brum
7 de julho
Local: Duque de Caxias
Convidado: Marcus Faustini
13 de julho
Local: QG da Polícia Militar - Auditório
Convidado: Elisa Lucinda
14 de julho
Local: Vigário Geral
Convidado: Elisa Lucinda
08 de novembro
Local: Morro dos Prazeres - Casarão das Artes
Lançamento do livro na Flupp

Fonte: http://flupp2.hospedagemdesites.ws/fluppensa/

Laboratório de Produção Editorial Multimídia Setor X

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No próximo dia 23 de maio iniciam as atividades do Laboratório de Produção Editorial Multimídia Setor X, da Biblioteca Parque de Manguinhos. O laboratório - parte do programa PalavraLab: Programa de Laboratórios da Palavra -  é uma experiência incrível, onde será desenvolvida a proposta de criação de um núcleo editorial aqui na Biblioteca. Os participantes irão aprender - fazendo! - todas as etapas que envolvem a produção editorial em diferentes formatos, do digital ao impresso, e terão aulas sobre o uso de programas de edição de imagens e editoração, criação e alimentação de blogs, além de editar o segundo número da Revista Setor X. A coordenação é de Anna Dantes.

Os encontros serão sempre às quartas-feiras, das 15h às 17h30.

Informações: (21) 2334.8915/8916/8917 - R.205


17 de maio de 2012

Curso de Formação Internacional - Dramaturgia do Teatro-Fórum

O curso acontece de 25 de Junho a 06 de Julho de 2012 e propõe atividades práticas e teóricas, possibilitando ao participante um amplo leque de exercícios, jogos e técnicas alicerçados aos conceitos fundamentais do método de Boal. Temas como Opressão, Marxismo e Teatro do Oprimido, e Formação de Grupos em Comunidades serão abordados pelos Curingas do CTO e por Julian Boal, recentemente radicado na cidade carioca. O objetivo principal do curso é iniciar o processo de formação dos participantes, a partir da construção de cenas de Teatro-Fórum e visitas aos grupos populares dirigidos pela instituição.
O Curso terá 60 horas de duração.
Mais informações e inscrições com Monique Rodrigues: moniquerodrigues@ctorio.org.br | Tels.: (21) 2215-050 e 2232-5826

Fonte: http://ctorio.org.br/novosite/

#DICA de Verônica Dias

16 de maio de 2012

Um papel que faz falta

--> Elisabeth C. N. A. Macedo 

Olá,
sou o Sr. Banheiro da Pedagogia do Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro. Não sei se o senhor me conhece, mas eu conheço o senhor muito bem.  Você não é o senhor Papel Higiênico?  Sou seu fã.  Adoro quando o senhor aparece por aqui, mas tem é tempo que isso não acontece, não é mesmo?  Dizem que o senhor sumiu porque os jovens lhe molham e lhe jogam nas paredes. Minha frequência, porém,  é especial.  São as meninas da Pedagogia, as futuras professoras do Brasil. Sei que os adolescentes são levadinhos, coisa da idade e criação. Agora, é justo todos pagarem por alguns?  Claro que não!  Sabe, é questão até de saúde.  O senhor faz muita falta, até porque elas vêm de um dia cheio de trabalho, estágio e outras atividades.  Mas, quando precisam de me visitar, onde o senhor está?  No almoxarifado viram vários parentes seus, embalados em grandes sacos. Mas o senhor nunca aparece. Talvez, não goste das meninas. Sei bem que independe de sua vontade.  Eu lhe entendo.  Mas, fica aqui meu convite: apareça sempre.  Sinto saudades.

Atenciosamente,

Senhor Banheiro da Pedagogia
***

GALERIA
Papel higiênico também é cultura. Neste, lê-se o romance Moby Dick
O cineasta Michel Gondry vende um rolo de papel higiênico recheado de ideias
Sonho de consumo do aluno do ISERJ
VOLTE, POR FAVOR!!!

Brinquedoteca na Praça Afonso Pena

Domingo, 27 de maio de 2012, na Praça Afonso Pena - Tijuca, haverá uma brinquedoteca ao ar livre de 10h às 13h aberta a todos num espaço público.
É um projeto da Faculdade Estácio de Sá, coordenado pela Profa. Ms. Adelaide Rezende.
Mais informações sobre este projeto: http://www.projetobrinquedoteca.com.br/


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#DICA de Claudia M. Vaz

15 de maio de 2012

Laboratório Regiões Narrativas

Estão abertas as inscrições para o Laboratório Regiões Narrativas, na Biblioteca Parque de Manguinhos. Nesta sua nova edição o laboratório - parte do programa PalavraLab: Programa de Laboratórios da Palavra - vai trabalhar com uma nova proposta, dividida em dois módulos:

ETAPA 1 - Cartografias Multimídia (com Moana Mayall)
ETAPA 2 - Jornalismo Cidadão Conectado (com o Viva Favela)

Os encontros serão sempre às quintas-feiras, das 15h às 18h, a partir de 17 de maio (Duração: 8 meses).

A programação detalhada está no flyer ou pode ser acessada pelo blog www.regioesnarrativaslab.wordpress.com/

As fichas de inscrição estão disponíveis na Biblioteca Parque de Manguinhos.

O Regiões Narrativas é realizado em parceria com O Instituto, sob a coordenação de Ilana Strozemberg.

Inscrevam-se e divulguem!

Biblioteca Parque de Manguinhos
Endereço: Av. Dom Helder Câmara 1184, Benfica - Tel: (21) 2334.8915 / 8916 / 8917

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CineOca


O CineOca, o mais novo cineclube da Grande Tijuca, inaugurou suas atividades no dia 12 de maio, às 18h.
A estreia do CineOca na "Aldeia Maracanã", localizada no antigo Museu do Índio, vizinho ao estádio Maracanã, com entrada pela Radial Oeste, em frente à linha do trem, entre as estações do Maracanã e São Cristóvão. É o prédio do antigo Museu que pertence ao Ministério da Agricultura e foi rebatizado de “Aldeia Maracanã” desde o dia 20 de outubro de 2006. Atualmente, 35 indígenas de várias etnias mantém a ocupação do espaço.
A ideia do cineclube surge, então, para movimentar a cultura local: trazer debates, filmes diversos, democratizar o acesso à cultura.
Porém, há uma questão maior e urgente envolvida: a atividade surge, também, pela necessidade de manter a ocupação da Aldeia neste espaço, devido ao risco que ela corre de ser removida por conta da Copa do Mundo de 2014. O poder público não é claro, mas há especulações sobre a construção no local de um shopping e até mesmo de um estacionamento. Assim, convocamos a todos a se juntar à causa e ter um ótimo fim de tarde, com muitos filmes e debates interessantes.
A sessão teve início às 18:00 e foi seguida de debate com Téo Cordeiro (representante do Comitê Popular Copa e Olimpíadas – Rio); mais representantes das comissões e frentes estaduais e municipais de cultura. Mediação do Cacique Carlos Tukano.

- MULHERES GUERREIRAS, DE Kamikia Kisedje e Winti Suyá, MT, 2011, 12’
- PRIARA JÔ, DEPOIS DO OVO, A GUERRA, de Komoi Panará MT, 2008, 15’
- NAIÁ E A LUA , de Leandro Tadashi, SP, 2010, 13’
- Vozes da Missão - Favela do Metrô, de Plataforma Dhesca e Witness, 2011, 5'
O evento começou mais cedo, às 11 da manhã, com um almoço, trocas de experiências, contação de histórias, exposição e venda de artesanatos.
Realização: Aldeia Maracanã
Entrada: Av.Radial Oeste S/n (Portão Verde), ao lado do Maracanã.

Apoio: Movimento Social Partido da Cultura (PCult-RJ), Associação de Cineclubes do Rio de Janeiro (ASCINE-RJ), Cidadela/Cineclube Beco do Rato, Cineclube Tela Brasilis, Imaginário Digital/Festival Visões Periféricas.

Contato: 21-8362-1472 / 7479-7046 (Apurinã) // 21-8376-5987 (Tukano)


Foto de Marcia Fernandes

14 de maio de 2012

Aterro do Flamengo (ideias de Lota)


Elisabeth C.N.A.Macedo
          Olá João Pedro.
          como você é recém-chegado da Bahia e não conhece bem o Rio de Janeiro, resolvi te descrever um lugar da cidade que eu adoro: o Aterro do Flamengo. Este lugar é lindo, todo gramado, cheio de coqueiros, de quadras de esportes, praia e vários caminhos. É um luxo passar por ali. A visão é exuberante. Mas não foi sempre assim. Para que o parque surgisse, parte do bairro foi aterrado. O projeto foi idealizado por Lota Macedo Soares, de família da elite carioca. Ela não fez universidade, mas foi aluna de Cândido Portinari e tornou-se uma esteta com conhecimento de arquitetura e urbanismo. Lota era também conhecida por sua curiosidade e conhecimento de plantas. Para aterrar a área, o morro de Santo Antonio foi desmanchado a jatos d'água. A mesma draga que abriu o Canal do Panamá retirou areia do mar para criar a Praia de Botafogo.
      Lota teve a ideia de iluminar o aterro à noite para permitir passeios noturnos no parque. As quadras de esporte também foram ideia dela. São alugadas todos os dias do ano, inclusive de madrugada, quando ficam tomadas por times de várias associações.
      O governador na época, Carlos Lacerda, reuniu um grupo de amigos notáveis: o paisagista Roberto Burle Marx, o botânico Luiz Emygdio de Mello Filho e os arquitetos Affonso Eduardo Reidy, Sérgio Bernardes e Jorge Moreira. Todos sob a liderança de Lota.
       Sugiro um roteiro muito legal: do aeroporto Santos Dumont à enseada de Botafogo. No caminho, você vai encontrar as mais diversas atrações: o Museu de Arte Moderna, o Monumento aos Pracinhas, a Marina da Glória, o Museu Carmem Miranda e o Monumento a Estácio de Sá – fundador da cidade. Um espetáculo interessante é a troca da guarda promovida pelas três Forças Armadas, sempre no primeiro domingo de cada mês, no Monumento dos Pracinhas. Também aos domingos e feriados o Aterro e suas pistas de rolamento ficam inteiramente liberados ao público, que aproveita para se dedicar às mais variadas formas de lazer.
       Então é isso, meu amigo. Espero que você siga minha sugestão para conhecer um pouco mais do nosso lindo Rio de Janeiro.
       Beijos!
***
Parque do Flamengo
Área: 1.325.590m2
Inauguração: 1965 (Museu de Arte Moderna - 1958)
Monumentos: aos Mortos na 2 Guerra Mundial (dos Pracinhas); e a Estácio de Sá (de Lúcio Costa)
São 11.600 árvores de 190 espécies, nativas e exóticas.
Entre as 4.400 palmeiras de 50 espécies, encontra-se a talipot (Corypha umbraculifera),que floresce apenas uma vez e morre. (Fonte: http://recicloteca.org.br/blog/index.php/2010/11/22/no-clima-das-arvores-2/)
Aterro do Flamengo. Foto Nelson Kon



Lota Macedo Soares (na foto, a roteirista de um filme que conta a vida da paisagista e seu romance com Elisabeth Bishop) / TVE: De Lá Pra Cá - 14/11/2010

Árvores floridas colorem o alto e o chão do Aterro do Flamengo, próximo ao Museu de Arte ModernaFotos: Márcia Foletto

Museu do Horto (RJ) na X Semana Nacional de Museus


4 de maio de 2012

A linguagem do documentário: uma introdução

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Consuelo Lins é formada em Comunicação pela PUC-Rio, com mestrado na ECO/UFRJ e doutorado em cinema e audiovisual na Universidade de Paris III (Sorbonne Nouvelle). Documentarista, trabalhou com Eduardo Coutinho e realizou diversos filmes. É professora e pesquisadora na Escola de Comunicação da UFRJ. Estuda atualmente as "Imagens documentais na cultura audiovisual contemporânea" (apoio CNPQ).

Prêmios:
Lectures (2005) - curta metragem realizado com câmera de telefone celular, premiado como melhor filme brasileiro no Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte (2006)
Leituras Cariocas (2009) - menção honrosa no Festival Internacional de Documentários É tudo verdade (2009)
Babás (2010) - melhor filme pelo júri da crítica do Festival de Gramado; melhor curta no REcine - Festival internacional de cinema de arquivo, Rio; eleito pelo público entre os dez melhores curtas da Mostra Brasil do Festival Internacional de Curtas de São Paulo.

Algumas publicações:
O Documentário de Eduardo Coutinho televisão, cinema e vídeo. Ed. Zahar, 2004.
Filmar o real: sobre o documentário brasileiro contemporâneo. RJ: Ed. Zahar, 2008.
“Rua de Mão Dupla: documentário e arte contemporânea”, in Maciel, K. (org.), Transcinemas. RJ: Contracapas, 2009.