Alex Andrade |
no dia em que fui de ônibus à cidade.
Leio e escrevo em linhas elétricas, em Campos.
Escrevo pela pele azul petróleo pendurada sobre os bancos.
Devo um poema à praça quinze, aos meus 6 anos.
E à baía, pela brisa-travessia à Niterói.
leio um poema pela barca e seu balanço.
Leio um poema aos rostos tontos, roleta,
chão de madeira, minha primeira multidão.
Devo um poema múltiplo, aos 13 -
multiplicadas as paredes e
retocada liberdade.
Leio um poema pelas mão soltas,
escrevo em imensa tela:
à rua, devo um poema-cinema a ela.
Devo um poema, 18, aos 7 continentes,
sem fuga possível fora do enxame.
Leio turismo e escrevo projeções.
Brindo um poema às pequenas capelas
e aos cantos tribais.
Devo e escrevo com os pés desde então,
com os olhos fixos nas linhas.
Quando descondensa a ilha que é cada um,
devo e escrevo um poema de amor.
Bia Albernaz
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