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11 de abril de 2011

Carta das cidades educadoras


As cidades representadas no I Congresso Internacional das Cidades Educadoras, que teve lugar em Barcelona em Novembro de 1990, reuniram na Carta inicial, os princípios essenciais ao impulso educador da cidade. Elas partiam do princípio que o desenvolvimento dos seus habitantes não podia ser deixado ao acaso. Esta Carta foi revista no III Congresso Internacional (Bolonha, 1994) e no de Gênova (2004), a fim de adaptar as suas abordagens aos novos desafios e necessidades sociais. A presente Carta baseia-se na Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948), no Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966), na Declaração Mundial da Educação para Todos (1990), na Convenção nascida da Cimeira Mundial para a Infância (1990) e na Declaração Universal sobre Diversidade Cultural (2001).
          PREÂMBULO
          Hoje mais do que nunca as cidades, grandes ou pequenas, dispõem de inúmeras possibilidades educadoras, mas podem ser igualmente sujeitas a forças e inércias deseducadoras.
          De uma maneira ou de outra, a cidade oferece importantes elementos para uma formação integral: há um sistema complexo e ao mesmo tempo um agente educativo permanente, plural e poliédrico, capaz de contrariar os fatores deseducativos.
          A cidade educadora tem personalidade própria, integrada no país onde se situa é, por consequência, interdependente do território do qual faz parte. É igualmente uma cidade que se relaciona com o seu meio envolvente, outros centros urbanos do seu território e cidades de outros países. O seu objetivo permanente será o de aprender, trocar, partilhar e, por consequência, enriquecer a vida dos seus habitantes.
          A cidade educadora deve exercer e desenvolver esta função paralelamente às suas funções tradicionais (econômica, social, política de prestação de serviços), tendo em vista a formação, promoção e o desenvolvimento de todos os seus habitantes. Deve ocupar-se prioritariamente com as crianças e jovens, mas com a vontade decidida de incorporar pessoas de todas as idades, numa formação ao longo da vida.

NOTA DO cidadeeducativa - RJ 
Iremos publicar os trechos da Carta sequencialmente e na íntegra, mas por partes para irmos assimilando e discutindo algumas de suas questões. A primeira delas seria quanto ao exercício da função educadora em paralelo às demais. Cabe aí a pergunta: esta colocação pressupõe uma divisão? Atenção, a educação é um exercício da economia, da política etc. Não dá para pensar em prestar serviço sem que se pense que implicita e concomitantemente se exerce um determinado tipo de educação. Dar bom dia, devolver o troco certo, não jogar lixo na rua, evitar freadas bruscas, parar para ver uma borboleta amarela (como Rubem Braga), respeitar (e apreciar) os tipos diferentes de gente que cruzam à nossa frente na avenida, não buzinar, não iluminar os monumentos como se eles fossem anúncios de neon, pensar que visitar um lugar é perceber que nele habitam pessoas, que não devem se corromper para agradar a todo custo, etc. etc. são atitudes que implicam em uma visão integrada da cidade como lugar de educação.

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