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19 de abril de 2012

Amigos de longa data

Mª Estelita R. da Silva
Uma velha fonte de uns 131 anos estava entediada. Sentia-se sozinha. Um dia, ela resolveu olhar além da porta. Ali havia belezas escondidas que ela ainda não tinha visto. Ao longe, uma grade parecia que não tinha fim.
Fonte - E aí tudo bem?
Grade – Ótimo, e você?
Fonte - Ah, mais ou menos. Ando meio chateada... É que eu fico sempre aqui dentro. Você aí fora pode ver coisas diferentes todos os dias. Há quanto tempo você está aí?
Grade - Há muuuuito tempo, mas o que tem isso? Sei que sou velha mas você é mais. Você tem 131 anos. Eu cheguei depois. Mas olha como estou bem conservada. Sempre estou com pintura nova.
Fonte - Você é que tem sorte. Faz tempo que não recebo nenhuma pintura ou conserto. Tenho saudades de quando eu era novinha, com as águas fluindo limpinhas, por entre as luzes. Eu parecia uma estrela. Todos me admiravam.
Grade - É assim mesmo, minha amiga. Quando somos jovens, nos admiram, acham que somos lindos.
Fonte - Mas velhice não é ruim. E nossas experiências não contam?
Grade - Você tem certa razão. Se eu não fosse velha, como poderia contar pra você tudo que já passei nessa vida, meus sentimentos, minhas alegrias e tristezas?
Fonte – Sabe, quando alguém passa e me toca, quando alguém me admira, sinto-me envaidecida. Todo inicio de ano é bem divertido. Novos alunos chegam e eles sempre me olham com admiração, mesmo que depois me esqueçam.
Grade – É, a vida é assim mesmo. O importante é que sempre vai aparecer alguém pra nos admirar, pois estamos aqui e fazemos parte da história deste prédio centenário. Sempre seremos lembrados em fotos tiradas com amigos, namorados, professores. Fazemos parte até do bairro, estamos na internet, somos vistas pelo mundo afora. Por isso não se sinta sozinha. Você é importante, e eu sempre estarei aqui para conversarmos.
Fonte - Obrigada, minha nova velha amiga!

A fonte
Foto: Jornal do ISERJ
 A grade
Foto: pedagogiaiserj
 Quem foi o arquiteto que construiu o prédio do Instituto de Educação?

2 comentários:

  1. Tudo começou quando foi criada a Escola Normal do Município da Corte pelo decreto imperial nº 7684 de 6 de março de 1880. No dia da inauguração, a 5 de abril daquele ano, estavam presentes o imperador Pedro II, a imperatriz Teresa Cristina e toda a comitiva ministerial. Para primeiro diretor da escola foi nomeado Benjamim Constant Botelho de Guimarães, que depois viria a ser uma figura de grande destaque na criação da República do Brasil.

    Não tinha sede própria. Começou funcionando no Colégio Pedro II, na Rua Larga. Depois, foi transferida para a Escola Politécnica no Largo de São Francisco. Mais tarde, mudou-se para a Escola Rivadávia Corrêa - todos os três endereços no Centro. Finalmente foi levada a Escola Normal para a Escola José Pedro Varella, no Largo do Estácio.

    Tornava-se imperioso um prédio próprio, e o projeto de criação foi idealizado por três grande educadores: Fernando de Azevedo, Lourenço Filho e Anísio Teixeira. Com sede na capital e formando professores que se espalhavam por todo o país, era inadmissível que a Escola Normal funcionasse em prédio alheio - esse foi o argumento que os três usaram para convencer o prefeito Antônio Prado Júnior a determinar uma sede própria para o estabelecimento. Foi escolhido um terreno utilizado como depósito das carroças que faziam a entrega de carne verde para a população.

    Em 1927 o Prefeito adquiriu o terreno da Rua Mariz e Barros e instituiu um concurso para arquitetos para escolha do projeto da Escola Normal. São escolhidos os arquitetos Brunhs & Cortez, e a construção, em estilo neocolonial, termina em 1930.

    Os convites para a inauguração, que seria no dia 12 de outubro de 1930, foram distribuídos. Acontece que, em outubro, explodiu a revolução vitoriosa de Getúlio Vargas. Começaram a correr boatos de que tropas gaúchas iriam aquartelar-se no Rio de Janeiro, mais precisamente no prédio recém-construído da Escola Normal. Os alunos e professores, temendo a invasão do prédio, carregaram todos os móveis e livros das antigas instalações para as novas. Estava inaugurada a sede da Escola Normal!

    Em 1932, sendo diretor de Instrução Pública o professor Anísio Teixeira, ele e os outros dois educadores que haviam conseguido um prédio próprio para a Escola Normal, conseguiram a mudança do nome para Instituto de Educação, por meio do Decreto nº 3810 de 19 de março de 1932.

    Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Instituto_Superior_de_Educa%C3%A7%C3%A3o_do_Rio_de_Janeiro

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  2. O tombamento representa o reconhecimento da importância histórica da mais tradicional instituição de formação de professores do Brasil. Por outro lado, inclui no acervo do patrimônio arquitetônico fluminense o edifício que melhor simboliza o estilo neocolonial em voga nos decênios de 1920 a 1940. A primeira Escola Normal do Rio de Janeiro foi inaugurada em 1880 pelo imperador Pedro II e sua esposa. Foi somente em 1930 que o Instituto de Educação ganhou a sua casa própria neste edifício projetado por Angelo Bruhns e José Cortez em 1927. A edificação apropria-se de elementos do vocabulário ornamental barroquizante da arquitetura colonial das Américas. A recomposição desses elementos em programa contemporâneo e com materiais e construção modernos buscava ser a expressão de uma linguagem arquitetônica genuinamente brasileira. Os laboratórios da instituição foram, na época de sua construção, equipados com aparelhos e acessórios importados da Inglaterra, Alemanha e Bélgica.

    Fonte:http://www.inepac.rj.gov.br/modules.php?name=Guia&file=consulta_detalhe_bem&idbem=352

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