Produzido no Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro - ISERJ. Nosso e-mail: cidadeeducativa@googlegroups.com

30 de maio de 2011

O Rio de Janeiro, capital do reino

O livro, de Ilmar de Mattos, Luis Affonso de Albuquerque e Selma de Mattos, com linguagem compreensível e atraente, narra o dia-a-dia do Rio de Janeiro no período da transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro, em 1808. E descreve os aspectos da cultura material e das mentalidades de um Brasil Colonial que precisa, de uma hora pra outra, se tornar um reino.

É ricamente ilustrado, com imagens históricas, e descrições minuciosas de ruas, igrejas e casas, revelando sutilmente a mistura dos costumes introduzidos pela nobreza portuguesa e as tradições de uma sociedade escravocrata.

É um livro paradidático, uma leitura complementar aos temas  dos livros didáticos de história para as séries finais do ensino fundamental e/ou ensino médio. Nas páginas iniciais, apresenta uma proposta de trabalho escolar, uma espécie de estudo dirigido bem elaborado, que dá um norte à leitura e, ao final, além da conclusão, brinda os leitores com uma cronologia e um apêndice intitulado Para saber mais, indicando outras obras para aprofundar o estudo sobre a vida no Rio de Janeiro, capital do reino.
Monica Vallim

28 de maio de 2011

Visões do Rio de Janeiro colonial

O livro Visões do Rio de Janeiro colonial - antologia de textos (1531-1800) foi organizado por Jean Marcel Carvalho França. Nele, o leitor encontrará 35 descrições do Rio de Janeiro compostas por viajantes estrangeiros.
 Uma delas é a de Pero Lopes de Souza, retirada do Diário da Navegação, publicado pela primeira vez por Varnhagen em 1839. Contudo, a edição preparada pelo comandante Eugênio de Castro, em 1940, é considerada a mais autorizada.
A expedição descrita no diário de Pero Lopes de Vega aconteceu entre os anos de 1530-1532 e foi comandada por seu irmão Martim Afonso de Sousa. Sua missão era proteger os domínios americanos da Coroa Portuguesa das investidas de piratas e corsários, principalmente franceses. A expedição rendeu muitos frutos e um deles foi, segundo Ary da Matta, a fundação da primeira colônia regular criada no Brasil, a Vila de São Vicente, (atual São Paulo) no povoado até então conhecido como "Mercado dos Escravos".

O fragmento abaixo descreve as impressões dos expedicionários ao entrar na Baía da Guanabara, então considerada como parte de um rio.
Para ampliar, clique na imagem.
Confira a exposição virtual "Brasil 500 Anos", banco de dados de obras raras relacionadas ao descobrimento do Brasil da Divisão de Bibliotecas e Documentação da PUC-RIO. 

Em 1947, Ary da Matta publicou um livro didático para a 3a série ginasial com várias informações sobre as primeiras expedições colonizadoras dos portugueses ao Brasil, acessível aqui.

27 de maio de 2011

Projeto Carioquinha (Dica)


Projeto Carioquinha começa e oferece descontos para quem nasceu ou vive na cidade

Rio - Cidade Maravilhosa e de encantos mil, o Rio é o destino brasileiro mais procurado pelos turistas. Porém, muitos cariocas — da gema ou de coração — não conhecem todos os seus atrativos. Uma oportunidade para desfrutar tudo o que esse lugar oferece é a 13ª edição do Projeto Carioquinha, que começa amanhã e vai até 30 de junho, dando descontos para pontos turísticos, atrações culturais, esportes radicais, hotéis e restaurantes. Para desfrutar dos benefícios, basta comprovar ser morador ou ter nascido no Rio ou Grande Rio.
http://odia.terra.com.br/portal/diversaoetv/html/2011/5/projeto_carioquinha_comeca_e_oferece_descontos_para_quem_nasceu_ou_vive_na_cidade_167195.html 
Dica do Bruno

Encontro (Cartas ao Rio)

Alex Andrade

foto: by flickr FotoRita















Rio de Janeiro, que alegria.
Nunca imaginei que aqui estaria
com você, meu primeiro desafio.

Sonho do pequeno a sonhar grande,
em busca de um cais....................... calmaria.

Rio de Janeiro, que felicidade.
Meu grande amor, aqui conheci.
Maduro, aprendi a voar
                                      por aí............

Liberdade, inocência, sonho encantado,
com meus filhos ao lado,
graças a ti.

Rio de Janeiro, que pena.
Um dia parti
......................................................................


Saudade estremece,
o coração adoece.


Imagens, belezas
                             distantes       de mim.


Penso em ti. Penso em voltar pra ti.


O caminho é longo, a vontade alimenta
o desejo, o amor de família, de praia,
de amigos.........
                                                  de ti.

É hora.
Já passa da hora.

E volto
...
Foto: (sem autor) Ver: Rascunho passado a limpo.
















16 de maio de 2011

"Let's do it" - Estônia limpou seu lixo num dia, e nós? LIMPA BRASIL

 

Como as coisas começaram
          Em 2008, o homem mais inovador da Estônia foi Rainer Nõlvak, empreendedor e visionário que teve a ideia de fazer a campanha de limpeza nacional Let’s Do It.
          Com cerca de 10 mil toneladas de lixo ilegal espalhado por toda a Estônia, Rainer e seu grupo tiveram o plano ambicioso de limpar tudo em um dia. Foram 50 mil voluntários para limpar todos os espaços públicos, em especial florestas e áreas próximas de estradas. Mais de 40 empresas de limpeza apoiaram a iniciativa fornecendo os containers necessários e também os veículos de transporte. O projeto teve como meta reciclar 80% de todo o lixo coletado.
          Isso não seria possível sem o uso de tecnologia. Ahti Heinla, um dos fundadores do
Skype (empresa inventada na Estônia), ajudou a mapear o lixo. O Google Earth foi utilizado junto com um software que permitia voluntários fotografar as áreas de lixo e apontar onde seria necessário o trabalho voluntário.

O trecho acima foi retirado de um depoimento de um brasileiro  - Seiiti Arata - que esteve no dia histórico na Estônia (o depoimento na íntegra com o vídeo feito por ele encontra-se aqui). Confira outros trechos:
          Reflexões sobre minha experiência
          Minha namorada estava certa em dizer que essa seria uma ótima lição de humildade e gratidão. Vou tentar colocar em palavras como a experiência foi rica, mas já sei que é uma tarefa impossível.
          Esse tipo de atividade deve ser vivido em primeira pessoa: a mera tentativa de relatar ou narrar, combinada com a tentativa de ler e compreender já compromete muito do significado. Mas vamos lá.
          1. Podemos trabalhar com uma motivação além do interesse pessoal
          Sou um cara muito ocupado. Deixo meus telefones desligados por padrão, assim como email e Skype sempre fechados. Dedico apenas uma hora do meu dia para multitasking (telefonemas, email, pendências gerais) e todo o resto é aplicado em atividades estratégicas de criação de livros e programas de coaching. Sempre que aparece algum compromisso novo, eu geralmente recuso, para ficar plenamente focado no meu trabalho.
          Apesar de ter um amor enorme pelos meus pais e muitos bons amigos espalhados no mundo inteiro, reduzi o tempo de interação com todos para algo por volta de uma hora por semana. Gostaria de dedicar mais, porém decidi que este ano darei prioridade ao crescimento de minhas empresas. Outras dimensões de minha vida que tenho como prioridade são minha saúde (academia três vezes por semana, cozinhar em casa) e relacionamento de qualidade com minha namorada.
          Num contexto desse, em que espremo cada minuto precioso do meu dia para alcançar mais produtividade, não parece ser muito lógico ter dedicado três horas de um final de semana para ficar limpando lixo que outros caras jogaram no meio do mato. Mas esse tipo de atividade, feita sem qualquer interesse pessoal e em benefício coletivo, tem um significado muito especial. É o tipo de nutriente emocional, quase espiritual, que nos faz ter orgulho de fazer parte da sociedade. Ficamos despertos, aterrados.
          Foram apenas três horas do meu dia, e gastei um pouco mais de cinquenta reais comprando botas de plástico e luvas de jardinagem para evitar cortar meus dedos durante a atividade. Um sacrifício mínimo, porém muito valioso.
          Recomendo a todos. Dedicar o próprio tempo e energia para o benefício coletivo é algo muito bom.
          2. Oferecer cria felicidade
          Vou contar a verdade agora. Quando minha namorada me convidou para essa atividade, eu não tinha a menor idéia do que seria. Estava muito ocupado trabalhando e não tive a curiosidade de investigar os sites que indiquei aqui no post. Em outras palavras, eu estava vivendo como um zumbi desconectado das coisas ao meu redor. Quando saímos de casa, eu estava com meus pensamentos voltados ao que eu gostaria de fazer assim que voltasse pra casa.
          Não tinha nenhuma expectativa com relação a essa atividade, que estava julgando ser uma perda de tempo. Minto. Havia uma coisa que eu estava imaginando que seria positiva: carregar peso. Desse jeito, eu poderia poupar um dia de academia, já que a atividade seria bastante cansativa.
Não fico muito envergonhado em admitir esse meu egoísmo inicial. Dizem que uma das primeiras palavras que um bebê aprende a falar é “meu”. Mas é sabido que a gente obtém maior satisfação ao dar, e não ao receber. Se por um lado eu saí de casa meio resmungão, posso assegurar que retornei muito feliz. Valeu demais.
          3. Limpar merda é o melhor jeito de parar de fazer merda
          Outra confissão. Já teve épocas que eu joguei lixo pela rua ou pela estrada e nem pensava em qual seria a consequência. Fui meio “mano” quando era adolescente.
          Lembro de uma vez que tinha ido jogar fliperama do Dungeons & Dragons II Shadow of Mystara em fliperama, que só tinha no outro lado da cidade, no Shopping Matarazzo. E joguei uma latinha de refrigerante na rua. Um outro “mano” meu ficou indignado. O diálogo, que me recordo até hoje, foi mais ou menos assim:
          –Ô mano, vai jogar latinha no chão, porra?

          –Ah mano, não moro nesse bairro mesmo. Foda-se.
          Olha que atitude mais acefálica. Anos depois desse acontecimento, tinha evoluído um pouco e já não tinha mais esse tipo de atitude. Não faço mais parte do grupo que joga latinhas fora do lixo.
          No entanto, mesmo na vida adulta e madura, confesso que quando eu arremessava um papel em uma lixeira… e o vento atrapalhava minha pontaria de Michael Jordan, aconteceu de eu não voltar o meu percurso para pegar o papelzinho do chão. Como eu não fumo, não jogo bitucas de cigarro pelo caminho. Mas, se eu fumasse, acho que minha postura relaxada poderia perfeitamente me enquadrar no grupo das pessoas que contribuiu com as centenas de bitucas que eu recolhi ao longo da estrada.
Depois dessa experiência, posso dizer que tenho uma nova postura com relação a viver de forma educada e com respeito.
          E no Brasil?
          Não me estranharia encontrar alguns pessimistas e derrotistas soltando pérolas do tipo:
          “Ih, deixa de ser sonhador. No Brasil isso não funciona. Madame não recolhe nem merda de cachorro, quem dirá de lixo no meio do mato.”
          “Não vou limpar sujeira feita pelos outros. Tá faltando é educação pra esse povo imundo. Deviam responsabilizar as empresas que criam embalagens que não são biodegradáveis.”
          “É o governo que tem que fazer isso, afinal de contas eu pago imposto pra quê? São todos corruptos, vamos colocar os políticos pra trabalhar. Se a gente começa a limpar, daí que o governo não faz nada mesmo.”
          “Funcionou na Estônia porque é um país pequeno. O Brasil é muito grande pra fazer uma coisa dessa proporção.”
          “Certeza que na véspera de uma limpeza coletiva no Brasil as indústrias vão jogar tudo no mato, já que sabem que vai aparecer otário para limpar.”

          Será mesmo?
          Fico muito feliz em ver que no Brasil temos uma iniciativa local e deixo aqui o convite para conhecer mais e ajudar a espalhar a mensagem: Limpa Brasil.
O projeto está caminhando bem e na primeira fase já será realizado em sete grandes cidades brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Goiânia, Campinas e Guarulhos a partir do mês de junho de 2011.
          Vamos mostrar que a gente consegue fazer acontecer. Apenas a experiência adquirida com a mobilização de cidadãos brasileiros por uma causa coletiva é um grande benefício, pois as redes de contatos e cultura criada com essa iniciativa poderão fomentar muitas outras iniciativas para o bem coletivo no futuro.
Seiiti Arata Jr. é fundador da Arata Academy.
 ***
 Saiba como mapear os pontos de lixo na sua cidade!
Para ajudar a colocar conteúdo nessa imensidão de Brasil
Entre no site www.limpabrasil.com
Seja um voluntário: inscreva-se!

          No Brasil, dada a dimensão territorial e as diferenças culturais com os países que já receberam o projeto, o Let’s do it terá um novo formato. Sete cidades, e não apenas uma, receberão a ação: Rio de Janeiro, Brasília, Campinas, Guarulhos, Goiânia, São Paulo e Belo Horizonte. Algumas delas, em dois dias diferentes. “Não faremos em mais cidades por falta de apoio de algumas prefeituras”, afirma Marta Rocha, fundadora da Atitude Brasil, empresa que coordena o Limpa Brasil Let’s do it.
          Também diferentemente de outros países, o projeto brasileiro terá duração de dez anos, com eventos bianuais. “A questão no Brasil não é limpar em um único dia. É educar. Mudar o paradigma”, explica Tião Santos, que coordenará toda a logística de destinação do material coletado às cooperativas. Segundo Tião, 40% dos resíduos gerados no Brasil são potencialmente recicláveis. Apenas 1% de fato é reciclado – e este 1% já gera 1,2 milhão de empregos para catadores em todo o país.
Tião Santos, catador e coordenador de logística do Limpa Brasil.
          O primeiro evento no Brasil já aconteceu em Brasília, nos dias 3 e 4 de junho. Em seguida, será levado às cidades do Rio de Janeiro, Guarulhos, São Paulo, Goiânia, Campinas e Belo Horizonte. No site do Limpa Brasil, os interessados em participar como voluntários já podem fazer seu cadastro. Nesta etapa, é possível detalhar o perfil do participante e de que forma gostaria de atuar: mobilizando os moradores de seu prédio, rua ou bairro; na divulgação, logística, organização ou no próprio dia da ação.
          Os participantes também poderão dar outra valiosa contribuição: enviar fotos ou vídeos de locais nos quais o lixo foi descartado irregularmente. As informações servirão de base aos organizadores do projeto para definir quais regiões das cidades contarão, no dia da ação, com um “ecoponto”.
          O “ecoponto” será o local onde os catadores receberão os materiais recicláveis e não recicláveis recolhidos pelos moradores dos bairros. No dia da ação, todos os resíduos passíveis de reciclagem serão destinados às cooperativas mais próximas do local, previamente cadastradas. O número de “ecopontos” variará de uma cidade para outra. O Rio de Janeiro terá, pelo menos, 30 pontos. Espera-se que, em cada município, o Limpa Brasil tenha a participação de aproximadamente 1% da população.

15 de maio de 2011

O Rio de Janeiro na Biblioteca do Instituto de Educação

Vista da entrada do prédio da Biblioteca do ISERJ. (A banca não existe mais.)
Na Biblioteca do Ensino Superior
ALENCASTRO, Luiz Felipe de. “Vida privada e ordem privada no Império”; MAUAD, Ana Maria. “Imagem e auto-imagem do Segundo Reinado”. IN: ALENCASTRO, Luiz Felipe(org.). História da vida privada no Brasil. Império: a corte e a modernidade nacional. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
ALVITO, Marcos. As cores de Acari – uma favela carioca. Rio de Janeiro: FGV, 1998.
COHEN, Alberto e FRIDMAN, Sergio. Rio de Janeiro, ontem e hoje. Rio de Janeiro: Amazon, 1998.
EVANGELISTA, Helio de Araújo. Rio de Janeiro: violência, jogo do bicho e narcotráfico – uma segunda interpretação. Rio de Janeiro: Revan/FAPERJ, 2003.
FRANÇA, Jean Marcel Carvalho (org.). Visões do RJ colonial – antologia de textos (1531-1800). RJ: José Olympio, 1999.
LATIF, Miran de Barros. Uma cidade no trópico – São Sebastião do Rio de Janeiro. RJ: Agir, 1965.
LESSA, Carlos. “Rio, uma cidade portuguesa?” IN: LESSA, Carlos. Os lusíadas na aventura do Rio moderno. RJ: Record, 2002.
MARINS, Paulo Cesar Garcez. “Habitação e vizinhança: limites da privacidade no surgimento das metrópoles brasileiras”; SEVCENKO, Nicolau. “A capital irradiante: técnica, ritmos e ritos do Rio”. IN: SEVECENKO, Nicolau (org.) História da vida privada no Brasil. República: da Belle Époque à Era do Rádio. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
OLIVEIRA, Lucia Luppi. “Cultura urbana no Rio de Janeiro”; DIAS, José Luciano. “Partidos e eleições no RJ”. SENTO-SÉ, João Trajano. “A política retorna à praça: sobre a Brizolândia”. IN: FERREIRA, Marieta de Moaes (coord.). Rio de Janeiro uma cidade na história. Rio de Janeiro: FGV, 2000.
PINTO, L.A. Costa. O negro no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: UFERJ, 1998.
STRAUMANN, Patrick (org.). Rio de Janeiro, cidade mestiça – nascimento da imagem de uma nação (ilustrações e comentários de Jean-Baptiste Debret). São Paulo: Companhia das Letras, 2001. 
ZALUAR, Alba. “Para não dizer que não falei de samba: os enigmas da violência no Brasil”. IN: SCHWARCZ, Lilia Moritz. História da vida privada no Brasil. Contrastes da intimidade contemporânea. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.


Visão do segundo andar do armazém geral, lugar onde fica o acervo da Biblioteca Geral do ISERJ
Na Biblioteca geral
EDMUNDO, Luiz. Recordações do Rio antigo. RJ: A noite, 1950.
______________. O RJ no tempo dos vice-reis (3 vols.). RJ: Conquista, 1956.
GERSON, Brasil. História das ruas do RJ. Prefeitura do Distrito Federal / Sec. Geral de Educação e Cultura, 1960 (?).
MACEDO, Joaquim Manoel de. Memórias da Rua do Ouvidor. RJ: Saraiva, 1964 (?).
RIBEIRO, Fernando bastos. Crônicas da polícia e da vida do RJ. RJ: s/ ed., 1958.
SERRÃO, Joaquim Veríssimo. O Rio de Janeiro na séc. XVI (2 vols.). Lisboa: s/ed., 1965.
TOURINHO, Eduardo. Revelação do RJ. RJ: Civilização Brasileira, 1964.
MAUL, Carols. Pequenas histórias verdadeiras do Rio antigo – o pitoresco e o ignorado da história carioca. RJ: Edições de Ouro, 1965.
MACHADO DE ASSIS. Diálogos e reflexões de um relojoeiro (escritos de 1886, 1888 e 1889). Org., prefácio e notas Magalhães Júnior. RJ: Civilização Brasileira, 1958.
TÁTI, Miécio. O mundo de Machado de Assis – o RJ na obra de Machado de Assis. Estado da Guanabara / Secretaria de Est. da Educação e Cultura, 1959. (Coleção Cidade do RJ)

Mas quando se pesquisa dentre os livros de ficção e crônica se encontra muito mais, como:
AZEVEDO, Aluísio de. O cortiço.
PORTO, Sérgio. As cariocas.

Pergunta à cidade

Wanderlei Júnior
Co-autores: Irene Canadinhas, Malu Melo, Talita Canadinhas, Isabel Loureiro
          Olhando pela janela, um menino pensa o mundo afora. Pensa se, por uma janela de prédio, o mundo chegaria a oferecer-lhe... Sua mãe, atrapalhando, chama-o:
          - Meu filho, meu filho... Se deixar seus pensamentos voarem assim, eles escaparão pela janela.
          Ao ouvir essas palavras, tem uma repentina vontade de sair dessas quatro paredes. E o que tem isso?... Sai de casa e pega as chaves. Antes que sua mãe perguntasse aonde ia, ele dá ciência:
          - Vou buscar as ideias que voaram pela janela.
          Assim que sai de seu prédio, para... ao olhar sua volta, pergunta-se: onde elas teriam ido parar?

          Poucos minutos de caminhada. Sua rua, tão movimentada. Vê um prédio imponente... com uma fachada espelhada... Em sua volta, apercebe-se... o maior das redondezas. Aproxima-se, mas pergunta a um dos outros prédios:
          - Você, prédio de pedra, sabe por que aquele tem uma fachada tão espelhada?
          E o edifício responde:
          - Talvez ele se ache muito poderoso e queira distribuir sua luz entre nós.
          Aquela resposta não parece muito convincente. Vai mais adiante... outros prédios... Ao ver um edifício mais moderno – e poderoso:
          - Senhor prédio, sabe por que aquele outro é tão espelhado?
          E o prédio de ferro forja uma resposta, sobrerguendo-se, levemente:
          - Acredito que ele tenha inveja de todos nós e tente copiar nossa imagem em seu grande espelho.
          Confuso, o menino se volta ao espelhado:
          - Senhor prédio, pode me dizer por que é assim?
          - Bom – diz o edifício, sem muito o que dizer – Não sei bem. Meus projetistas dizem que é mais belo... Sempre achei que tinha sido copiado de outros prédios maiores.
          - Então não é um edifício “novo”?
          - Bem... Não. Se quer um edifício muito original, procure a Velha Igreja. Ela deve ter idade suficiente para passar algum conhecimento.
Anne
***
          O menino reflete seus pensamentos, enquanto caminha pelas ruas até a velha Igreja. Alguns quilômetros depois, ele acha um edifício bem antigo, branco e feito de pedra, rodeado de várias pessoas. Fitando fixamente, repara em suas discretas rachaduras; ao redor do grande sino, que anuncia o início do culto, pouco a pouco, os fiéis caminham em direção a uma magnífica sala, cheia de imagens. O menino vê, ao mesmo tempo, os portões principais da igreja se fecharem à medida que o padre anuncia as primeiras rezas. Assim que nota tudo calmo, ele pergunta:
          - Igreja, me disseram que é o prédio mais velho dessa cidade. Então, poderia me responder uma pergunta?
          - Claro... eu creio.
          O menino recua um pouco. Não se decide o que perguntar. Instantes depois, ele se reaproxima:
          - Se veio antes dos demais edifícios, pode me dizer por que todos estão aqui.
          A Velha igreja se contrai. Enrugando suas rachaduras, impressiona, ainda mais velha.
          - Honestamente, nunca prestei muita atenção na vida dos demais. Muitos lares antigos foram demolidos para dar espaço a vossos prédios enormes. Alguns dos meus amigos mais chegados sucumbiram neles. Caso buscais alguém que realmente saiba tudo, perguntai ao Sol. Ele está aí antes do nascimento de vosso planeta.
          Atônito, mal se despede da igreja e segue.
          Avistando seu prédio, enxerga o céu e deseja estar perto o bastante do Sol. Quer falar.
          Enquanto se aproxima do elevador, uma repentina idéia lhe cutuca a cabeça. Se seu prédio era tão alto, poderia chegar perto o suficiente para encontrar o Sol. Aperta o botão da cobertura, sobe os 23 andares, até a altura máxima. Após alguns segundos, quase pode ouvir o cheiro frio do ar cantar mais alto. Assim que as portas se abrem, ele corre para o parapeito:
          - Olá, senhor Sol. Poderia me responder uma pergunta? Me disseram que observa o mundo há mais tempo que todos.
***
          O Sol se volta na direção do menino e começa:
          - Sim... Sim... é verdade. Sim... o que deseja? Sim... deseja saber? ... ... o quê? ... ...
          De novo, ele recua. Perde-se sobre o que perguntar ao Sol. Encolhendo-se a uma balaustrada:
          - Gostaria de saber o porquê dessa cidade estar aqui.
          - Dizer... Dizer... não posso... ... ... dizer... não posso muito ... ...
          - Por quê?! Não é o mais vivido de todos aqui?
          - Sou... Sou? Sou! Porém...
          - Porém o quê?! – diz o garoto, impaciente.
          - Ontem... já não vejo tão bem sua cidade...Ontem... muitos céus no mundo são nuvens de fumaça... Hoje... vejo claramente... Hoje... está quase límpido... Hoje... a cidade parece bem mudada... Sempre... está Maravilhosa... Mas, daqui de cima?! ... ... agora... amanhã... não posso confirmar mais nada ... ...
          Encontrando, o menino volta com o mundo adentro, quando sua mãe o interpela:
          - E os pensamentos?
          Abrindo a porta do quarto, ele disfere:
          - Achei novos...
JMGLA

10 de maio de 2011

Três dimensões da aprendizagem com a cidade

Noção de cidade educativa
 (a partir da leitura de Jaume Trilla Bernet) 


1. A cidade como entorno ou continente da educação. Aprender na cidade.
-    Dimensão constituída pelas escolas, centros educativos, educadores de rua, educação familiar etc.;
-    Abrange a educação formal, a não formal e também a informal, configurando o grau de educabilidade da cidade, pela sua quantidade e diversidade de estímulos;
-    Importante lembrar que todas estas forças educativas atuam em SINERGIA, ou seja, não se trata de  uma simples soma, mas da ação combinada entre elas, pelo modo como interagem.
-    Estas instâncias educativas são ininteligíveis fora do contexto urbano e, para atuarem em toda sua potencialidade, não podem ser planejadas independentemente. Os horários, por exemplo, devem ser complementares para a otimização do seu uso;
-    Entre elas, há uma confluência de responsabilidades. Para sua coordenação, é preciso considerar: a  complementaridade e a cooperação entre as instituições, seus recursos e programas.

Sugestão de atividades para aprender na rua
Pesquisa na rua (ou nas imediações), com perguntas a moradores, comerciantes, autônomos e transeuntes (adultos, crianças e velhos): O que é importante de ver e conhecer neste lugar? No seu entender: onde há lixo? arte? cultura? educação?; visitas a entidades locais.

***
2. Cidade como fonte, agente informal, meio de educação. Aprender da cidade.
- A densidade de pessoas e elementos culturais facilitam as colisões comunicativas, o cruzamento de elementos, a criatividade e a aquisição de informações;
- A rua é como uma escola da vida e transmite a cultura em mosaico: conteúdos estão dispersos; sem ordem, nem hierarquia epistemológica; incluem aspectos aleatórios;
- Trata-se do inventario da civilização cotidiana: o conhecimento dos objetos, das funções e dos serviços; os elementos da jurisprudência; as regras de conduta;
- Inclui o conceito de autodidaxia (a autoafirmação do sujeito pela contemplação, isto é, num nível de atividade débil, quase passiva mas indefinidamente renovada);
- Todas as relações humanas são socializadoras e educativas, tanto entre os de  mesma faixa etária, quanto as intergeracionais. Na cidade, há inúmeros espaços de interação natural entre crianças e adultos, assim como de jogo espontâneo entre crianças;
- Inclui lugares para aprender a jogar-brincar; o exterior não especializado; as calçadas;
- Subentende uma responsabilidade difusa sobre a segurança das crianças, em contraste com a triste prioridade das cidades (que em geral as exclui);
- A cidade é um educador informal e ambivalente; não seletivo. Ao mesmo tempo, a cidade transmite cultura, civilidade e bom gosto, mas também  agressividade, marginalidade, insensibilidade, consumismo, indiferença.
MBGLA
Sugestões de atividades para aprender da rua
Ir às ruas e inventariar conhecimentos aleatórios através de anúncios, faixas e cartazes, depois de olhar uma vitrine, um outdoor, um pedaço de calçada; conversar com um mendigo, um menino de rua, um cobrador etc.; sentar num banco e olhar  as atividades em curso, as brincadeiras, as atitudes, os pequenos rituais; fazer um caminho diferente; conhecer uma rua próxima.

***

3. A cidade como objetivo ou conteúdo educativo. Aprender a cidade.
- Acontece no deslocamento, no transporte; na movimentação para o abastecimento e o ócio;
- Inclui o uso não codificado; o entendimento para além da obviedade; a relação com a aparência, mas não com a estrutura; a despreocupação com a gênese e a prospecção;
 - Trata-se da aprendizagem informal parcial, mapeada pela classe social, pelo lugar de residência, pelo grupo generacional, pelo ofício, pelo repertório familiar, pelos hábitos de ócio (conhece-se sempre uma parcela ou uma dimensão limitada da cidade; uma cidade é composta por muitas);
- Pressupõe que toda coexistência se constitui pela justaposição de ambientes.

Para apreender a cidade
é preciso superar os limites impostos e + desenvolver atitudes a fim de criar novas organizações e  aprofundar o conhecimento informal;
é preciso desenvolver a capacidade de ler as várias cidades existentes num só lugar.

A cidade é forma e é transformação.

Cidade é lugar de educação e de reeducação.

É lugar de exercício da “compreensão do compreender do outro”.

MBGLA
Procure então:
a)    aprender a ler a cidade (ver conceito de legibilidade do meio urbano de LYNCH)
b)    aprender a cidade não como objeto estático, mas como entrelaçamento de redes dinâmicas; rizomas, possibilidade de devir, a partir de signos que evoquem o passado e ajudem a compreender como e porquê a cidade chegou a ser o que é
c)    aprender a utilizar a cidade (na linha do “aprender a aprender” pois a cidade é um amplo depósito de recursos para a autodidaxia e autoeducação permanente)
d)    aprender a ultrapassar a parcela de cidade que constitui o habitat concreto de cada qual (ampliando o horizonte das vivências imediatas e cotidianas, os itinerários seletivos e discriminatórios); descobrir as subcidades
e)    aprender a desenvolver uma atitude participativa em termos de sua construção (a cidade não é um objeto de estudo externo ao aprendiz cidadão)
f)    apreender a cidade como mundo e como terra: como espaço comunitário e como lugar de habitar e de sonhar

Discutir a cidade 
(História; Forma de ocupação;  Favelas; Apartheid social; Imagens e estereótipos do “carioca”)
Pensar a cidade como um museu aberto / um teatro mambembe
Pesquisar fluxos disponíveis de informação
Construir saberes necessários para a alfabetização do cidadão (destacar a cidade como ambiente alfabetizador; instigar a capacidade de formular, perguntar, questionar; criar espaços de vivência solidária; oportunizar o encontro com o outro, visando a inclusão)

***
Projeto da Nova Babilônia: megaestruturas espaciais desenvolvidas por Constant; cujos elementos diagonais e tencionáveis tornavam possíveis e permanentes as inovações estruturais. Nova Babilônia foi concebida como uma construção contínua sobre pilares, com um sistema extenso de espaços para se dormir, divertir, assim como também lugares para a produção e distribuição de objetos e utensílios, enquanto que o solo ficaria livre para o tráfego e para reuniões públicas. (cf. Territorios.org)

6 de maio de 2011

I Mostra Vide Urbe (evento)

http://www.videurbe.com.br/

Colóquio "Arte, cultura e multidão" (notícia)

O Colóquio acontece mensalmente na Fundação Casa de Rui Barbosa, com a parceria da Universidade Nômade e da UFRJ. Foi interessante conhecer o trabalho de fotografia do Observatório de Favelas pela pesquisadora Barbara Szaniecki, e ouvir o relato do Dudu do Morro Agudo, em Nova Iguaçu, do Movimento Enraizados, que tem como base a cultura Hip-Hop. Em seu depoimento, muito vivo, ele falou sobre a invenção e o desenvolvimento deste coletivo, história que foi publicada num livro: "Enraizados: os híbridos glocais". Antes dele falou o Rociclei, autor de uma dissertação de mestrado sobre o tema.
O livro foi publicado pela Editora Aeroplano e custa R$30,00.
Por último, a artista Cristina Ribas expressou sua preocupação com o congelamento da cidade em signos já consagrados e com a revitalização da zona portuária que desconsidera os moradores e a cultura já existente, com o discurso do "novo" e de salvação do lugar. Para quem não sabe, há um plano bastante ambicioso de transformar a Praça Mauá e adjacências, com a construção de dois museus no local: o Museu de Arte do Rio (MAR) e o Museu do Amanhã. Enfim, aqui repassei algumas pistas que merecem ser pesquisadas e sobre as quais ainda vamos falar mais. O próximo Colóquio é dia 02 de junho. Vale a pena se aproximar e aprender com estas estações da cidade, onde arte, cultura e educação se encontram.
Projeto do Museu de Arte do Rio, dos arquitetos Paulo Jacobsen e Thiago Bernardes, que deve ser aberto em 2012, na Praça Mauá.

3 de maio de 2011

VI Circuito Mix de Esquetes (evento)

Aproximando arte do grande público
 Dia 7 de maio a partir das 10h da manhã Nova Iguaçu vai parar !
6º CIRCUITO MIX DE ESQUETES, na contramão da cultura de massa, vai promover uma mostra não competitiva de Esquetes e cortejo pelas ruas do centro de Nova Iguaçu.
Com Amir Haddad e outros duzentos artistas.
Nos dias 13,15,20,21 e 22 acontecerá a mostra competitiva na unidade Sesc Nova Iguaçu.
Presenças confirmadas
AMIR HADDAD, BÚFALO TEATRO (Chile), GRUPO CÓDIGO (Japeri), GRUPO TRIATO, GRUPO PERSEVERAR, ONG CTI (Centro de teatro Improvisart), CETA (Centro Experimental de Teatro e Artes), CBTIJ, COMCAUSA, CISANE, CTI (Centro e Teatro de Irajá), GRUPO CHAPOKEBA- (Curitiba- PR) e GRÊMIO RECREATIVO DA ESCOLA DE SAMBA IMPERIAL DE NOVA IGUAÇU (Mestre Leo) 

Realização: Fábrica de Atores e Material Artístico (Projeto F.A.M.A.)
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Amir Haddad é criador do grupo de teatro TÁ NA RUA
Um teatro popular, com uma linguagem narrativa, dialética, que constrói sua dramaturgia no próprio desenvolvimento da ação/reflexão. Umas ferramenta eficaz, que proporciona aos setores populares a capacidade de apropriar-se de sua auto-expressão, em busca de sua própria identidade, desvinculados da cultura dominante.
Descobrimos um ator que não é diferente do povo a quem ele se dirige e com quem quer exercitar sua arte. Um ator aberto, lúcido, generoso no coração e capaz de acreditar na força transformadora do seu ofício. Um ator que fertiliza e se deixa fertilizar pelas centenas de encontros em praças, ruas e salas, com pessoas tão ou mais inquietas que ele próprio. Um ator que é impulsionado pela força e energia de sua vocação para o prazer, a alegria, a felicidade.

1 de maio de 2011

Carta das cidades educadoras (cont.): projeto coexistencial

As razões que justificam esta função [a de incorporar pessoas de todas as idades, numa formação ao longo da vida] são de ordem social, econômica e política, sobretudo orientadas por um projeto cultural e formativo eficaz e coexistencial. Estes são os grandes desafios do século XXI:
            1) investir na educação de cada pessoa, de maneira a que esta seja cada vez mais capaz de exprimir, afirmar e desenvolver o seu potencial humano, assim como a sua singularidade, a sua criatividade e a sua responsabilidade;
            2) promover as condições de plena igualdade para que todos possam sentir-se respeitados e serem respeitadores, capazes de diálogo;
            3) conjugar todos os fatores possíveis para que se possa construir, cidade a cidade, uma verdadeira sociedade do conhecimento sem exclusões, para a qual é preciso providenciar, entre outros, o acesso fácil de toda a população às tecnologias da informação e das comunicações que permitam o seu desenvolvimento.

           As cidades educadoras, com suas instituições educativas formais, suas intervenções não formais (de uma intencionalidade educadora para além da educação formal) e informais (não intencionais ou planificadas), deverão colaborar, bilateral ou multilateralmente, tornando realidade a troca de experiências. Com espírito de cooperação, apoiarão mutuamente os projetos de estudo e investimento, seja sob a forma de colaboração direta ou em colaboração com organismos internacionais.
          Atualmente, a humanidade não vive somente uma etapa de mudanças, mas uma verdadeira mudança de etapa. As pessoas devem formar-se para uma adaptação crítica e uma participação ativa face aos desafios e possibilidades que se abrem graças à globalização dos processos econômicos e sociais, a fim de poderem intervir, a partir do mundo local, na complexidade mundial, mantendo a sua autonomia face a uma informação transbordante e controlada por certos centros de poder econômico e político.
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Cartas advindas de organizações internacionais possuem uma linguagem difícil. De modo a serem lidas por todos os povos, às vezes são abstratas ao extremo, com muitos conceitos. Aqui se percebe resquícios de uma visão desenvolvimentista, ainda individualista, mesmo com o desejo de inclusão de todos. A questão é: a mudança de etapa a que se refere o último parágrafo não pode se dar apenas como reação à globalização. As cidades devem ser educadoras em busca da eficiência de um projeto formativo de adaptação? A troca de experiências existe nas cidades. Cabe aos organismos internacionais darem-se conta do que está acontecendo e adaptarem-se às novas formas de relacionamento e de mutações individuais e coletivas em curso. Contudo, o trecho pontua pontos que merecem destaque. Assim, para o fortalecimento de projeto coexistencial, deve-se atentar os seguintes fatores: a intervenção local, a manutenção da autonomia, o espírito de cooperação, a importância da colaboração não formal e informal, a dialogicidade, o reconhecimento da singularidade.