As razões que justificam esta função [a de incorporar pessoas de todas as idades, numa formação ao longo da vida] são de ordem social, econômica e política, sobretudo orientadas por um projeto cultural e formativo eficaz e coexistencial. Estes são os grandes desafios do século XXI:
1) investir na educação de cada pessoa, de maneira a que esta seja cada vez mais capaz de exprimir, afirmar e desenvolver o seu potencial humano, assim como a sua singularidade, a sua criatividade e a sua responsabilidade;
2) promover as condições de plena igualdade para que todos possam sentir-se respeitados e serem respeitadores, capazes de diálogo;
3) conjugar todos os fatores possíveis para que se possa construir, cidade a cidade, uma verdadeira sociedade do conhecimento sem exclusões, para a qual é preciso providenciar, entre outros, o acesso fácil de toda a população às tecnologias da informação e das comunicações que permitam o seu desenvolvimento.
As cidades educadoras, com suas instituições educativas formais, suas intervenções não formais (de uma intencionalidade educadora para além da educação formal) e informais (não intencionais ou planificadas), deverão colaborar, bilateral ou multilateralmente, tornando realidade a troca de experiências. Com espírito de cooperação, apoiarão mutuamente os projetos de estudo e investimento, seja sob a forma de colaboração direta ou em colaboração com organismos internacionais.
Atualmente, a humanidade não vive somente uma etapa de mudanças, mas uma verdadeira mudança de etapa. As pessoas devem formar-se para uma adaptação crítica e uma participação ativa face aos desafios e possibilidades que se abrem graças à globalização dos processos econômicos e sociais, a fim de poderem intervir, a partir do mundo local, na complexidade mundial, mantendo a sua autonomia face a uma informação transbordante e controlada por certos centros de poder econômico e político.
Atualmente, a humanidade não vive somente uma etapa de mudanças, mas uma verdadeira mudança de etapa. As pessoas devem formar-se para uma adaptação crítica e uma participação ativa face aos desafios e possibilidades que se abrem graças à globalização dos processos econômicos e sociais, a fim de poderem intervir, a partir do mundo local, na complexidade mundial, mantendo a sua autonomia face a uma informação transbordante e controlada por certos centros de poder econômico e político.
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Cartas advindas de organizações internacionais possuem uma linguagem difícil. De modo a serem lidas por todos os povos, às vezes são abstratas ao extremo, com muitos conceitos. Aqui se percebe resquícios de uma visão desenvolvimentista, ainda individualista, mesmo com o desejo de inclusão de todos. A questão é: a mudança de etapa a que se refere o último parágrafo não pode se dar apenas como reação à globalização. As cidades devem ser educadoras em busca da eficiência de um projeto formativo de adaptação? A troca de experiências já existe nas cidades. Cabe aos organismos internacionais darem-se conta do que já está acontecendo e adaptarem-se às novas formas de relacionamento e de mutações individuais e coletivas em curso. Contudo, o trecho pontua pontos que merecem destaque. Assim, para o fortalecimento de projeto coexistencial, deve-se atentar os seguintes fatores: a intervenção local, a manutenção da autonomia, o espírito de cooperação, a importância da colaboração não formal e informal, a dialogicidade, o reconhecimento da singularidade.
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